quinta-feira, 28 de abril de 2011

Casar, comprar uma bicicleta ou falar de homens de meia-idade?

Kátia estava usando uma camiseta que ela já usou outra vez. Eu não sei bem o que é que me chama a atenção, se é o tecido, se a estampa envelhecida, o corte ou a Katia de amarelo. Sei que da outra vez eu também reparei e comentei, e tenho certeza que não fui a única. A peça-chave (!) do look (!!) da Katia, certamente, era a camiseta amarela clara, que foi colocada em destaque com a calça skini (putamerdacomoescreveisso) em jeans escuro e a sapatilha preta. Um look clean, nem um pouco desconectado (como os sabidos da moda chamariam as minhas roupas), versátil e utilitário para os desafios do dia-a-dia. (tô ficando boa nesse linguajar de modista, ein!)





A estampa da camiseta, com tons de marrom e sépia, retrata um senhor de meia-idade (tipo você, que leu essa frase e pensou, serei eu um senhor de meia-idade?, huhum, maroto!) e que eu me lembre uma bicicleta.
 
Ok, pessoal, momento para conversarmos SÉRIO. Sei que vocês são bem espertinhos e já sacaram a falha. Eu escrevi esse texto já eram 11h da noite e não tinha a foto pra confirmar o desenho da camiseta. Vendo-o hoje, percebi que não há qualquer bicicleta na estampa. Pois bem, vocês hão de concordar comigo que uma bicicleta caberia muito bem ao lado do senhor de meia-idade, não é mesmo? Super retrô. Pois é, não tem bicicleta nenhuma ali. Porém, leitores sedentos por novidades, faremos agora um pacto ficcional, e no lugar do barquinho em baixo, imaginaremos - vamos lá, deixe de preguiça - uma bicicleta! Sim, uma bicicleta, pra não estragar a ligação com a história toda que eu vou contar aqui, e que prometo ser engraçada. Vocês devem ter ouvido quando crianças - talvez os senhores de meia-idade tenham ouvido na adolescência, mas não tem problema - aquela música do disco do Plunct-Plact-Zum que dizia use a imaginação. Pois é isso que eu estou pedindo pra vocês, combinado?

Voltando:

A estampa da camiseta, com tons de marrom e sépia, retrata um senhor de meia-idade e uma bicicleta (Olha lá o pacto, ein!), o que me leva a fantástica expressão não sei se caso ou compro uma bicicleta.

Digitando essa frase toda no oráculo Google, temos uma lista de blogs e sites femininos, além do yahooperguntassemresposta com uma besteira atrás da outra pra você se divertir sabendo que tem gente no mundo que realmente pergunta essas coisas. Mas o que mais me surpreendeu foi o texto que indicava para o site da revista EXAME: A operação brasileira do grupo Bunge mostra até que ponto uma estratégia errática pode comprometer um negócio. Confesso que quando li isso fiquei com medo e resolvi parar de pesquisar. Mas tenho uma história que explica muito bem o porque dessa belíssima expressão da língua portuguesa.
 
Uma conhecida, cujo nome não citarei pra que os tarados (alguém?) e curiosos de plantão não resolvam segui-la, um dia resolveu andar muitos quilômetros em sua bicicleta nova. Como todo ossinho da bunda deve saber, bicicletas não são feitas para andar quilômetros sem causar dores ou formigamentos anais. Mas essa moça, que chamarei de ciclista, resolveu desafiar seus próprios limites e andar durante quase o dia todo de bicicleta, afinal, a dor só vem mesmo no dia seguinte, e você fica andando que nem uma pessoa com hemorróidas e que comeu comida mexicana.

A ciclista andou muito, mas muito mesmo, sem qualquer preparo anterior além de um leve alongamento. Lá pelo trigésimo quilômetro, os ossinhos da sua bunda já estavam amortecidos, a perna já tinha cansado de se cansar e as costas já estavam travadas em posição de ciclista. De repente, começou o formigamento...numa parte um pouco mais embaixo do esperado, o que causou na ciclista uma sensação estranha e prazerosa, que ela nunca tinha imaginado conseguir trepada sobre uma bicicleta.

Resumindo: cogitar entre casar ou ter uma bicicleta tem a ver com, digamos, o êxtase tântrico, a éguinha pocotó e aquele papinho de que sexo é vida mais da metade dos homens tem problema de ereção da propaganda que sempre passa na hora do meu mingau matinal e me lembra que está na hora de cair no armário.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Corações, diminutivos, apartamentos e francesismos

Chers amis du relevand de l'armoire*!
* Tradução especial do Google, totalmente incorreta, que pode significar tanto"Caindo dentro do armário" quanto "Olá, Garotas."

Véspera de feriado, Samantha chega chorando (!) no corredor, dizendo que depois de 6 meses conseguiu um apartamento para alugar. Essa triste procura, os carpetes úmidos com cheiro de cachorro molhado que a gente tem que enfrentar. Já pensou cada moquifo? Pois é, as imobiliárias podiam ter uma ideiazinha mais marketeira e dar um geral nos apartamentos antes de colocar à venda ou pra alugar. Um lugar mais apresentável é suficiente para conquistar um comprador cansado de mofo nas paredes e cheiro de totó no apartamento inteiro.
A Japa Hardcore chorando, vocês estavam preparados pra essa surpresa? Pois é, nem eu. Deu uma dó, mas pensando bem, deve ser bem mais fácil para um japonês chorar, afinal, eles tem os olhos pequenininhos, enchem bem mais rápido de lágrimas, e aí falta pouquinho pra escorrer, né? Puxa, mesmo fazendo graça, falar de lágrimas fica sentimental...e a Samantha, prevendo seu momento emotivo, veio à caráter: um vestidinho baloné (?) azul todinho de corações, bem meiga. Outro dia, inclusive, ela me contou que quando ela comprou o vestido, ele tinha uns botões dourados super decadentes, que ela sábia e meigamente trocou por botões de coração, detalhe: exatamente da mesma cor! Uma chérie, ainda por cima com o sapato azul de petit pois combinando. Dica da Aubergine Rebelle: só faltou aqueles brincos de botão que eu te dei de natal, né? E voilà le vêtement de notre amie japonaise!




No mesmo dia, quem caiu no armário foi Katia Dias! Mas isso fica pro próximo post, combinado?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pausa para leitura

Deixando o mundo da moda um pouco de lado, que tal ganhar um livro?


Fonte


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Birra

Eu não tinha um dicionário por aqui, muito menos um Houaiss, e a internet não está funcionando direito, você pesquisa alguma coisa, mas não pode entrar nos resultados de busca. Enfim, conforme a leitura dos 11.900.000 resultados do google, birra é coisa que criança faz, e que pode ser chamada de chilique ou piti, quando feita por uma mulher madura. Mas na história que vou contar, birra aqui não foi bem um chilique, mas uma teimosia particular de uma alma irrequieta (!).

Vamos falar da Kátia. Aparentemente, ela é quietinha, daquele tipo que não quer arranjar problema com ninguém, muito menos ter chilique ou dar piti. Veremos.

No ano passado, estávamos em época de eleição dos novos membros da CIPA aqui do prédio, e como não tinha lá muita gente interessada em se envolver com acidentes de trabalho (como da vez que caiu uma pasta-arquivo na minha cabeça e afins), a Michele, colega nossa que faz parte da CIPA, veio com um papinho sinistro chamando o pessoal da sala pra se candidatar. Nossa supervisora mais do que rapidamente respondeu que ali na sala ninguém tinha tempo pra isso (talvez ela tenha substituído "isso" por "besteiras da CIPA", mas melhor não confirmar ou pode dar problemas jurídicos).

A Kátia não é o tipo de pessoa mais animada com aglomerações sociais, porém, seu interior avesso a hierarquias e respostas autoritárias se remexeu e mais do que rapidamente perguntou pra Michele:

- Como faz pra se candidatar?

Eu não sei dizer se a supervisora arregalou os olhos naquele momento. Sei que eu não só arregalei como tive um ataque de risos interno, só de ver a Kátia com aquela cara de sonsa, como se não estivesse contradizendo o que a supervisora tinha acabado de falar.

Pois é, ela se candidatou, só de birra. E a gente, também só de birra e um pouco por falta de opção, votou nela. E só de birra, ela foi eleita como suplente! Mas como boa suplente, e tendo feito tudo só pra irritar a supervisora, ela nunca foi em sequer uma reunião. Pois é, a Kátia tem uma Funérea dentro de si.


Afinal, o que isso tem a ver com a roupa de hoje?

Kátia veio com um vestido rosa, uma meigura, presente do seu namorido. Como ela nos contou, ele deu o vestido com a petulante frase: duvido que você use.

Pois é, ela usou. Só de birra. 

Detalhes: o sapato azul de florzinha, muito mocinha, e o colar de rosas, fechando o look meigo e disfarçando a birra.










sexta-feira, 8 de abril de 2011

Combinando em descombinar

Fui olhar no Aurélio – não, no Aurélio não, a moda agora é consultar o Houaiss. Fui olhar no Houaiss o significado de descombinar e lá estava desfazer um acordo, combinação etc, feito anteriormente.

Mas peço licença, que me perdoem o Aurélio e o Houaiss, vou me apossar da palavra em questão e criar para ela um outro significado.

Antigamente eu acreditava (ou acreditava-se) que se eu calçasse um sapato amarelo, o cinto teria que ser amarelo, assim como a bolsa os brincos, o relógio e talvez até a calcinha; tudo combinandinho. Mas não é bem assim. Mais do que combinar, o grande segredo é fazer com que roupas e acessórios se complementem e formem um conjunto harmônico. Então seguindo esse meu raciocínio, combinar roupas e acessórios pode ser uma coisa desastrosa quando feita de maneira exagerada. E descombinar, o que é? Para isso eu tenho duas definições:

Número 1: você tenta combinar cor do batom  + esmalte  + meia + blusa + sapato e quem sabe o brinco.  Imagine tudo isso num tom assim, rosa chock. De tanto tentar combinar acabou saindo uma coisa assim, descombinada.

Número 2: num dia de muita inspiração você olha para o armário e diz “ok, se não preciso usar tudo da mesma cor para combinar, vou tentar harmonizar o visual.” Dito isso você se joga e sai do outro lado do armário trajando: jaqueta de couro marrom, bota lilás, saia verde e quem sabe um brinco dourado só pra finalizar. Arrasou? Não, você descombinou geral.

Agoram preparem-se para conhecer a Samatha, nossa japa hardcore. Ela resolveu que ia combinar e para não correr o risco de errar se jogou no lado negro do armário. Detalhe para o sapato, amei, pena que não tenho personalidade para tanto.




E é claro, Helena Sofia, que esqueceu que estamos perto da Páscoa , ao invés de vir vestida de coelho, foi logo colocando um modelito de festa junina.




E como (des)graça pouca é bobagem as duas tinham que tirar foto juntas.


Obs: detalhe para as pernas tortas...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A vida em 1,60m

Li hoje uma postagem da Natália Leão no blog universo feminino, e me senti totalmente identificada. Acho que o título da postagem já explica, né? 
Leia aqui.

O Blog Universo Feminino também tem a ver com a gente, já percebeu? apesar de homens também terem o direito de se jogar no armário...ou de serem jogados, dependendo da ocasião. 

Amanhã, uma postagem especial, estrelando Samantha, a Japa Hardcore, em seu look dark shine in my eyes (eu que dei o nome, lindo, hahahaha).

ps: um alô ao nosso leitor mais assíduo, de cabelo arrepiado e que nos cobra as "quedas" diárias!

domingo, 3 de abril de 2011

Que moda é essa?

Pra começar a semana, um texto da Katia, já publicado em seu blog fabuloso e atualizado para o Caindo dentro do armário. Pra pensar um pouco em como e por que se vestir (ok, por que você já sabe...).

Vocês já ouviram falar no Esquadrão da Moda versão da tevê do Sílvio Santos para o programa What Not to Wear dos canais Discovery Home & Health e BBC? Eu, que já tinha um amor declarado pelas séries de tevê, descobri uma simpatia muito grande por reality shows, daqueles que passam no canal People & Arts e que as emissoras tupiniquins vivem reproduzindo (mas nada de BBB, please!). O Esquadrão é basicamente assim: alguém, sem nenhum estilo ou de estilo duvidoso ao se vestir, é "denunciado" por amigos e parentes e tem a chance de renovar seu guarda-roupa. Para isso conta com a ajuda de dois consultores de moda e de um cartão com um crédito de dez mil reais. 

Assistindo ao Esquadrão percebi que o número de pessoas que caem dentro do armário – sem nenhum estilo – é gigantesco. É incrivel ver como existem pessoas sem nenhum parâmetro na hora de vestir. Não que eu seja modelo de classe e estilo, muito pelo contrário, mas provavelmente eu não sairia por aí vestindo um terninho cor de catchup descombinando com uma bota marrom e uma bolsa amarela. 

Existem pessoas que são fissuradas em manter-se "na moda" desde sempre. É bom andar bem vestido, claro, mas há de se ter bom senso. Por exemplo, na última coleção daquele estilista super famoso a tendência eram vestidos hiper curtos em um tecido que marca bem as curvas. Então a indústria começa a produzir toneladas e mais toneladas desse tipo de roupa. Para cada vitrine que você olha lá está o vestido pedindo para ser comprado e usado. Até aí tudo bem mas, aquele vestido lá do desfile e esse que está na vitrine foram feitos para um biotipo específico, o das *mulheres-cabide, aquelas em que qualquer coisa que vestirem fica bem. Geralmente são mulheres magras, altas e com busto, cintura e quadris que obedecem as rigorosas leis dos estilistas. Eles não foram feitos para quem tem 1,50 m de altura, está acima do peso ideal e tem uns pneuzinhos distribuídos em algumas partes do corpo. Mas esse vestido "está na moda" então, contrariando as leis da física e do bom senso você vai lá e compra.

* nada contra as mulheres que vestem bem qualquer roupa, talvez um pouco de inveja, afinal por que tudo tem que ficar bem nelas? 

As pessoas confundem muito a noção de moda com a de indústria da moda. O objetivo principal da indústria não é lhe fazer mais bonita, e sim vender mais roupas e aí não importa se esta ou aquela vai lhe cair bem, o importante é que você consuma sempre mais. Eu por exemplo uso muita calça jeans mas toda vez que vou comprar uma calça nova é um sacrifício. Primeiro porque, ao invés da roupa ser feita para se adequar ao meu corpo é o meu corpo que tem que dar um jeito de ficar bem dentro da peça e segundo porque as vendedoras sempre querem me empurrar calças cheias de bordados, brilhos e outros badulaques. A justificativa? "Tá na moda agora." ou Tá vendendo bastante desse modelo." Ou seja, além de usar algo que não fica bem em mim ainda vou sair por aí igual aos outros. 

Outro tormento é quando tenho que comprar um sapato. Eu não uso salto alto, não gosto de salto alto e para mim ele não é nem um pouco prático, principalmente morando em Curitiba (quem conhece as calçadas daqui sabe do que estou falando), mas a bendita loja só tem sapatos com salto altíssimo porque agora "estão usando". 

E a necessidade que implantam em nós de que, a cada lançamento de coleção primavera/verão ou outono/inverno, temos a obrigação de renovar nossos guardarroupas? Será que aquela bota ou aquela blusa que comprei no inverno passado está tão ultrapassada assim? No final todo esse apelo comercial acaba dando um nó na cabeça e compramos um pouco de cada coisa, mas essas coisas não combinam entre si e talvez por isso um dia você saia com uma blusa amarelo ovo de bolinhas roxas e uma saia verde. Aí você vai dizer que não tem dinheiro para comprar roupas bacanas. É, mas para comprar aquela bota amarela que "estava na moda" e que você só usou uma vez, dinheiro não foi o problema. 

Eu não tive uma educação para a moda. Quando criança usava o que meus pais compravam para mim. Na adolescência usava o que todos os adolescentes usavam e posso dizer que fui do gótico ao grunge sem escalas (ah... mas na adolescência a gente pode). Agora tento ter bom senso e me vestir na medida do meu salário, das minhas medidas e principalmente do que gosto. Nem sempre acerto e devo confessar que tenho uma preguiça imensa de ir de loja em loja para comprar uma roupa, mas às vezes é inevitável. E como não tenho um personal stylist tenho que treinar meu bom gosto porque às vezes aquele vestido maravilhoso que você olha pela vitrine esteja lá só para ser olhado.