quarta-feira, 13 de abril de 2011

Birra

Eu não tinha um dicionário por aqui, muito menos um Houaiss, e a internet não está funcionando direito, você pesquisa alguma coisa, mas não pode entrar nos resultados de busca. Enfim, conforme a leitura dos 11.900.000 resultados do google, birra é coisa que criança faz, e que pode ser chamada de chilique ou piti, quando feita por uma mulher madura. Mas na história que vou contar, birra aqui não foi bem um chilique, mas uma teimosia particular de uma alma irrequieta (!).

Vamos falar da Kátia. Aparentemente, ela é quietinha, daquele tipo que não quer arranjar problema com ninguém, muito menos ter chilique ou dar piti. Veremos.

No ano passado, estávamos em época de eleição dos novos membros da CIPA aqui do prédio, e como não tinha lá muita gente interessada em se envolver com acidentes de trabalho (como da vez que caiu uma pasta-arquivo na minha cabeça e afins), a Michele, colega nossa que faz parte da CIPA, veio com um papinho sinistro chamando o pessoal da sala pra se candidatar. Nossa supervisora mais do que rapidamente respondeu que ali na sala ninguém tinha tempo pra isso (talvez ela tenha substituído "isso" por "besteiras da CIPA", mas melhor não confirmar ou pode dar problemas jurídicos).

A Kátia não é o tipo de pessoa mais animada com aglomerações sociais, porém, seu interior avesso a hierarquias e respostas autoritárias se remexeu e mais do que rapidamente perguntou pra Michele:

- Como faz pra se candidatar?

Eu não sei dizer se a supervisora arregalou os olhos naquele momento. Sei que eu não só arregalei como tive um ataque de risos interno, só de ver a Kátia com aquela cara de sonsa, como se não estivesse contradizendo o que a supervisora tinha acabado de falar.

Pois é, ela se candidatou, só de birra. E a gente, também só de birra e um pouco por falta de opção, votou nela. E só de birra, ela foi eleita como suplente! Mas como boa suplente, e tendo feito tudo só pra irritar a supervisora, ela nunca foi em sequer uma reunião. Pois é, a Kátia tem uma Funérea dentro de si.


Afinal, o que isso tem a ver com a roupa de hoje?

Kátia veio com um vestido rosa, uma meigura, presente do seu namorido. Como ela nos contou, ele deu o vestido com a petulante frase: duvido que você use.

Pois é, ela usou. Só de birra. 

Detalhes: o sapato azul de florzinha, muito mocinha, e o colar de rosas, fechando o look meigo e disfarçando a birra.










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